20050707

Não gosto nada das pessoas que andam como se quisessem esburacar o chão.
Já não gosto de sapatos barulhentos - não os que guincham: os que fazem toc toc toc - quanto mais quando os calçantes pisam com força.
Como se não bastasse o estrondo da porta do corredor comum, invasor da privacidade sonora de quem já chegou e não vem nem está a ir, mas ainda assim curto e suportável. Afinal, nem sempre temos pachorra para fechar com cuidado a porta por onde acabamos de passar. E por vezes há mesmo que fechá-la com quanta força temos, nem que seja por uns tempos, até poder voltar a abri-la. Devagarinho.
Divago...
Pior que a porta é quando se lhe acrescenta pelo corredor fora aquele toc toc toc estúpido e incisivo. Em crescendo... Em diminuendo... Até que cessa com o tilintar das chaves. Por vezes é mesmo apressado, o que o torna ainda mais irritante, a propagar-se pelo ar e pelo chão, entrando assim em casa e ouvidos alheios, numa confusão entre o ritmo do andar alheio e o ritmo cardíaco próprio, que se desembaralham quando finalmente um cessa e o outro prossegue.

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