Se há coisa que me sabe muito melhor desde que voltei do interrail são as torradas, de manhã ao pequeno-almoço ou assim à noitinha. Do imenso pão duro que comemos ao longo de um mês, muito pouco teve o privilégio de ser torrado. Só encontrámos duas torradeiras e apenas uma foi uma verdadeira torradeira! A partir do momento em que nos lembrámos da existência das torradas, o que coincide mais ou menos com a altura em que bebemos uns chazinhos ao serão, ansiámos por uma pousada com cozinha, o que já é raro, com torradeira, ainda mais raro. A última pousada em que estivemos, em Barcelona, tinha pequeno-almoço incluído (além da colónia de maluquinhos, outros que não nós, note-se) de que constavam torradas de pão de forma numa pseudo-torradeira manhosa que levava as fatias num grand-tour por uma grelha até elas caírem. Ou seja, torradas de pão de forma (de)cadentes. As únicas torradas a sério que conseguimos comer durante o mês de Agosto foram na pousada - Sir Toby's - em Praga, onde fizémos uma festa
[ tem torradeira!
olha uma torradeira!
aaaaahhaaaaa!
já temos pão?
iiihhhiiiii ih ih
vamos lanchar, estou cheia de fome ]
de deixar os presentes a olhar de soslaio, logo ao ver a torradeira (parte de uma cozinha mesmo completa!) seguida de um silêncio solene
[
hummmm
spac!
mais fatias
este pão sabe a ervas...
spac! hmm
humm spac!
passa aí o doce
spac! ]
perturbado pelo som das torradas a saltar. Torradas de pão a sério de saltar ao céu (spac!) e vir. Buscar mais.
