20050605

Cheira a verde mas ouvem-se as gaivotas.
Litoral rural habitando as ruas caprichosas. Tudo se entrelaça: antigo e o novo, a poesia e o quotidiano, a exuberância e a discrição num padrão complexo na neutralidade do cinzento que forra os caminhos.
Tudo isto é cenário.
O que conta mesmo são os pés que doem a subir a rua inclinada. A confusão dos copos de água ao jantar depois da confusão das mesas, sob todo o barulho de fundo. A caminhada cantada até à feira do livro fechada. A maternidade e o jardim zoológico. A sessão de poesia. Os ténis em cerveja, a coreografia interminável e as saias esfregona. Os pés que ainda doem. O cão de olhos brancos que fuma. O chá, o bolor e a conversa. A sesta de madrugada. A caminhada esforçada para chegar a um final especial. Apanhar um autocarro não familiar. A manca. O caminho ladeado de sanitas, banheiras, mesas e colchões brancos. O descanso envolvido no frenesim alheio de quem tenta fazer muitas coisas. Os postais. Os corredores labirínticos do supermercado. Os estrunfs não snoopys e o bacon eleito. As proporções de açúcar e chocolate. Mais farinha; mais leite? Quantas cerejas consegues meter na boca, não engolir e ainda deitar o caroço cá para fora? Origami teimoso. Almoço na quietude de domingo. Contra-relógio para a camioneta que passou por nós.
Até à próxima.

Blog Archive